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Oportunidades e previsões para o setor de TI em 2015
04.05.2011

Oportunidades e previsões para o setor de TI em 2015

As previsões do setor de TI para 2015 estão necessariamente acopladas aos prognósticos nada favoráveis da economia brasileira. O cenário de estagnação econômica, conjugado com uma inflação alta, faz com que as projeções para o PIB de 2014 estejam entre 0,5% e 1% de crescimento, segundo o professor Rodrigo Baroni, do Programa de Pós-Graduação em Administração da PUC Minas. 

Para ele, tais sintomas já estão sendo percebidos na indústria automobilística, na queda das vendas no comércio e no mercado imobiliário. “Independente de quem ganhar a eleição, 2015 será certamente um ano de ajuste nas contas públicas, visto que medidas impopulares, que deveriam estar sendo adotadas desde 2013, estão sendo adiadas por conta da agenda eleitoral. Se o dever de casa for bem feito em 2015, 2016 pode ser um ano de retomada de patamares mais consistentes de crescimento”. 

As empresas que prestam serviços ao governo federal e estadual devem considerar uma queda na demanda por projetos, de acordo com Baroni. Na iniciativa privada, tendem também a ser viabilizados aqueles projetos mais conservadores que apresentem um evidente ROI (Retorno sobre Investimento), como por exemplo, projetos de GED (Gestão Eletrônica de Documentos) e projetos de ERP que promovam aumento de produtividade. “É de se esperar que empresas reduzam seus quadros, buscando reter funcionários mais qualificados e produtivos. Para os profissionais de TI, é o momento de se qualificarem, buscando cursos de especialização, certificação e MBAs, considerando que os mais qualificados estarão mais protegidos das oscilações”. 

Segundo o professor, uma questão central para as empresas é o aumento da produtividade e isso passa por qualificação das pessoas e investimento em processos mais eficientes e sistemas de informação. Ele afirma, ainda, que o Brasil é um país com baixo desemprego, mas também com baixa produtividade em função da qualificação deficiente de profissionais em diversos setores. No plano internacional, uma ameaça é a cotação do dólar que pode subir caso se agravem as crises na Ucrânia e Faixa de Gaza, pois isso reduz o apetite dos investidores por risco. “Outra pressão para aumento do dólar está na gradual e consistente recuperação da economia americana que pode implicar na redução de incentivos e leve aumento na taxa de juros americana a médio prazo”, acrescenta. 

Baroni comenta também acerca das oportunidades perdidas com a realização da Copa do Mundo no Brasil. Se por um lado a hospitalidade e o carisma brasileiro encantaram os turistas, o mesmo não se pode dizer da infraestrutura digital oferecida. De acordo com ele, a falta de uma legislação integrada (municipal, estadual e federal) sobre instalação de antenas em centros urbanos tem provocado um grande atraso no cronograma de implantação das redes 4G no Brasil. Com isso, a imagem do Brasil para os turistas internacionais não foi de um país altamente conectado na economia digital. Por outro lado, ocorreu um processo de modernização e atualização para o inglês de vários websites de empresas no segmento do turismo e lazer, o que gerou oportunidades para empresas no setor de web design. “No caso particular de Belo Horizonte, houve um expressivo ganho de projeção internacional da imagem da cidade com grandes jornais do mundo oferecendo dicas de como descobrir a cidade. Em sua história, BH jamais havia recebido um volume tão expressivo de estrangeiros”, ressalta. 

A consultoria Gartner divulgou uma lista com previsões para o setor de TI entre 2010 e 2015. Analisando as previsões feitas em 2010 para a primeira metade da década (2010-2015), Baroni afirma que o instituto acertou principalmente na questão do crescimento da Computação em Nuvem e no exponencial crescimento do uso de smartphones, tornando a mobilidade o paradigma predominante na computação. “O smartphone é de fato o centro da revolução digital e as empresas que têm um website moderno, mas ainda não possuem aplicativos específicos para relacionamento com seus clientes, estão perdendo oportunidades de negócio. Os projetos de Cloud Computing continuam crescendo, mas cada vez mais com uma abordagem pragmática de redução de custos e segurança da informação”. 

Para o professor, talvez a principal previsão do Gartner que ainda não se confirmou foi a agenda de TI Verde que, infelizmente, continua bastante incipiente na maioria absoluta das organizações, não aparecendo como prioridade nos projetos.

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